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Cancro do cólon: O que é e como prevenir?

O cancro do cólon é um dos cancros mais frequentes em todo o mundo e é também um dos mais curáveis quando detetado precocemente.

Cerca de 90% dos doentes com este cancro têm mais de 50 anos e passou a ser em 2018 a primeira causa de novos casos de cancro em Portugal. É o segundo tipo de cancro mais frequente nas mulheres, depois do cancro da mama e o segundo mais frequente nos homens, depois do cancro da próstata e ocupa os lugares cimeiros na mortalidade em Portugal.

Embora não se tenham ainda identificado as causas específicas para o desenvolvimento do tumor no intestino, alguns estudos têm fornecido algumas pistas que ajudam a determinar práticas preventivas importantes.

Num desses estudos os resultados mostraram que a obesidade e a acumulação de gordura na zona abdominal do corpo, aumentam a probabilidade de desenvolvimento do cancro do cólon e também do reto.

A investigação realizada por uma equipa de cientistas na Holanda, envolveu a participação de 120 mil adultos com idade entre 55 e 69 anos.

Ao analisar os participantes, os cientistas constataram que homens com sobrepeso significativo ou em início de obesidade tinham um risco 25% maior de desenvolver cancro do cólon ou do reto.

Já os homens com tamanho da cintura significativamente maior apresentaram um risco 63% maior de ter a doença.

Sofrer de cancro do intestino pode ser devastador. Obter a informação e o tratamento adequados é fundamental.

Saiba mais sobre o cancro do cólon, os sintomas, como pode ser tratado e prevenido, neste artigo.

O que é o cancro do cólon?

O cancro do cólon ou cancro do intestino como é também designado, desenvolve-se no intestino grosso e resulta maioritariamente de pólipos. Estas são lesões benignas que surgem na parede interna do intestino grosso, quando estas lesões crescem, o que pode demorar até 10 anos, e não são removidas podem tornar-se malignas e dão origem ao cancro.

Alguns tumores surgem no cólon direito, na parte do cólon que fica perto do apêndice.

Mas nem todos os pólipos resultam em cancro, se forem removidos atempadamente, antes de invadirem outras partes do intestino ou outros órgãos a cura é possível. Quando o tumor atinge outras partes do organismo, significa que criou metástases.

É um dos cancros mais frequentes no mundo e tem também grande probabilidade de ser curado quando detetado precocemente.

Quais as causas?

As causas específicas para o aparecimento da doença ainda não foram identificadas, pensa-se que seja o resultado de uma combinação de vários fatores que interagem entre si, como fatores genéticos, ambientais e alimentares.

No entanto, foi possível até ao momento identificar alguns fatores de risco, que se pensa, podem contribuir para o seu aparecimento:

Antecedentes familiares

Se um familiar próximo, de primeiro ou segundo grau, teve a doença, a probabilidade é maior de a desenvolver também. O risco aumenta ainda mais se foram vários familiares que tiveram a doença e se esta apareceu em idade jovem.

Idade

O risco de ter cancro do cólon aumenta com a idade. A maior parte das pessoas a quem é diagnosticada a doença tem mais de 50 anos e a idade média do diagnóstico é os 72 anos.

Excesso de peso

O peso excessivo e a falta de exercício físico são fatores de risco para o surgimento da doença.

Doença inflamatória intestinal

A preexistência de doenças do intestino como a Doença de Crohn potenciam o aparecimento do tumor.

Antecedente pessoal de cancro

Caso o doente já tenha tido cancro do cólon, ou outros como o cancro do útero, ovários e pâncreas corre um maior risco de desenvolver a doença.

Existência de pólipos no intestino

Os pólipos apresentam muitas variações, pode haver diferenças de tamanho, forma e aspeto e a probabilidade de desenvolver cancro a partir de pólipo depende do tipo de pólipo afetado. Existem 3 tipos de pólipos:

  • Hiperplásicos: contêm células de crescimento rápido, mas raramente desenvolvem cancro.
  • Adenomas: são comuns e apresentam um aspeto diferente das células da parede do intestino. Podem não desenvolver cancro, mas o risco aumenta se existirem mais de 3 adenomas e se estes forem maiores que 4cm ou se tiverem um aspeto parecido com a couve-flor.
  • Inflamatórios:são mais comuns nas doenças intestinais inflamatórias.

Alimentação

Uma alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras, associada à ingestão de comida processada e carne vermelha, parece contribuir para o desenvolvimento da doença.

Consumo de tabaco e álcool

As pessoas que ingerem grandes quantidades de álcool têm um risco mais elevado para desenvolver cancro do cólon.

O consumo de tabaco também aumenta o risco de desenvolvimento da doença, porque as substâncias nocivas do cigarro podem afetar as células do intestino, contribuindo para o aparecimento de pólipos.

Síndrome de Lynch 

É uma condição que acontece mais frequentemente em pessoas com cerca de 40 anos. Estas pessoas apresentam centenas de pólipos no intestino que podem evoluir para um cancro do cólon.

Exposição a radiação ionizante

A exposição a raios-X e raios gama pode potenciar o aparecimento da doença.

Qual é o tratamento?

A escolha do tratamento para o cancro do cólon é feita de acordo com a gravidade e estado de desenvolvimento do tumor, bem como a sua localização e caraterísticas.

Como a taxa de sucesso é alta quando o diagnóstico é realizado nas fases iniciais da doença, é importante que o tratamento seja iniciado o mais rapidamente possível, para que seja mais fácil controlar o desenvolvimento do tumor e evitar a criação de metástases.

Tipos de tratamento:

Cirurgia 

Este tratamento consiste na retirada da porção do intestino afetada e uma porção saudável para garantir que não ficam células cancerígenas no intestino. Este procedimento é, geralmente, o método mais escolhido como tratamento.

Quando o tumor está mais avançado pode ser necessário realizar sessões de quimioterapia ou radioterapia para diminuir o tumor o suficiente para tornar possível a cirurgia.

A recuperação da cirurgia pode demorar algum tempo e pode causar dores, cansaço ou outros sintomas ao doente.

O médico pode receitar analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos para ajudar o doente a recuperar e a evitar infeções a seguir à cirurgia, bem como a realização de sessões de quimioterapia e radioterapia.

Quimioterapia

A quimioterapia pode ser utilizada de duas formas: antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor ou como forma de controlar o seu desenvolvimento e os sintomas. Pode também ser usada para eliminar as células cancerígenas que não foram totalmente retiradas durante o ato cirúrgico.

Quando o tumor está muito avançado, a quimioterapia pode ser utilizada para diminuir o tamanho do tumor e aliviar os sintomas causados pelas metástases. O tratamento pode ser administrado através de comprimidos ou de injeção.

Radioterapia

A radioterapia é utilizada para ajudar a diminuir o tamanho do tumor, evitar o seu desenvolvimento e controlar os sintomas.

A radiação pode ser externa, quando é realizada através de uma máquina no hospital durante alguns dias por semana, ou interna, quando é realizada através de um implante colocado junto do tumor, que vai libertando a matéria radioativa.

Neste caso, o doente permanece no hospital durante alguns dias.

Imunoterapia

Esta terapêutica utiliza anticorpos que são introduzidos no organismo através de uma injeção, com o objetivo de identificar e neutralizar as células cancerígenas, impedindo o desenvolvimento do tumor e a criação de metástases.

Este tratamento não afeta as células saudáveis, diminuindo assim alguns dos efeitos secundários que os outros tratamentos apresentam.

Quais são os sintomas do cancro do cólon?

Os sintomas podem ser invisíveis no início da doença. Quando se manifestam podem também ser muito variados porque estão relacionados com o tamanho, localização e gravidade do tumor no intestino.

Por outro lado, os sintomas podem ser confundidos com outras doenças que afetam os intestinos, como as inflamações intestinais, por isso é fundamental consultar o médico para determinar a causa dos sintomas.

Estes são os sinais de alerta para consultar o médico se persistirem por mais de 1 mês:

  • Diarreia frequente
  • Dores de barriga
  • Sangue nas fezes
  • Prisão de ventre
  • Fezes com cor escura e aspeto pastoso
  • Cólicas ou gases
  • Sensação de não esvaziamento completo do intestino
  • Sensação de inchaço
  • Cansaço ou fraqueza
  • Perda de peso sem motivo aparente
  • Náuseas e vómitos

Como é feito o diagnóstico?

Como os sintomas são muito variados e podem ser confundidos com outras doenças, para fazer o diagnóstico, o médico terá que pedir ao doente para fazer vários exames complementares.

Alguns destes exames são:

Análises às fezes

É feita uma colheita de fezes do doente que é enviada para o laboratório para ser analisada. O objetivo é verificar se existem vestígios de sangue nas fezes ou bactérias responsáveis por alterações no trânsito intestinal.

Colonoscopia

Este exame permite a observação e análise do revestimento interno do intestino e é um procedimento muito importante para chegar ao diagnóstico. Ajuda a detetar pólipos, inflamação, tumores, úlceras ou outras alterações que possam existir no intestino.

Não consegue detetar pólipos muito pequenos. Para fazer o exame, é utilizado o colonoscópio, um tubo flexível com a espessura de um centímetro e cerca de um metro de comprimento, que tem uma câmara na extremidade para captar imagens do intestino que são transmitidas para um ecrã.

Tomografia computadorizada ou ressonância magnética

Estes exames são aplicados numa fase posterior para verificar o estado do tumor, tamanho e gravidade. Por vezes a tomografia é usada quando não é possível fazer a colonoscopia por causa da existência de outras complicações de saúde.

Quais são as complicações?

As complicações derivam sobretudo do agravamento da doença ou por efeitos relacionados com a cirurgia para remover o tumor.

Algumas das complicações que podem acontecer são:

  • Reaparecimento do tumor
  • Surgimento de metástases noutros órgãos
  • Obstrução do intestino
  • Desenvolvimento de um segundo tumor no intestino
  • Infeções
  • Hérnias intestinais
  • Hemorragias
  • Morte de tecidos
  • Perfuração intestinal

O cancro do intestino tem cura?

A taxa de sucesso da recuperação do cancro do cólon é alta se for detetado no início e se for retirado o pólipo antes de se tornar maligno.

Quando o tumor está no estágio inicial, o prognóstico é alto para a vida do doente e para uma reincidência muito baixa nos 5 anos após a retirada do tumor.

Quando o tumor está com metástases, a probabilidade de recuperação diminui.

Cancro do cólon: qual a prevenção?

A melhor prevenção é a deteção precoce de pólipos e a adoção de um conjunto de práticas que podem não só ajudar a prevenir o desenvolvimento de cancro, mas também a melhorar a qualidade de vida.

Práticas preventivas mais importantes:

Exames médicos regulares

A realização de colonoscopias regulares, sobretudo depois dos 50 anos de idade e visitas regulares ao médico para check-up, são uma das medidas mais fortes de prevenção do cancro do cólon.

Vigilância médica de doenças intestinais

As doenças inflamatórias intestinais aumentam o risco de desenvolvimento do cancro do cólon, por isso, são essenciais o acompanhamento e a vigilância médica consistente dos doentes com estas doenças.

Cuidados com a alimentação

Evitar o consumo excessivo de carne vermelha e comidas processadas ou com muita gordura. Em contrapartida, deve-se aumentar o consumo de frutas, legumes, grãos integrais, ou seja, alimentos com mais fibras.

As fibras destes alimentos ajudam a regularizar o trânsito intestinal e a proteger a parede do intestino.

Controle do peso

A obesidade e a acumulação de gordura na zona abdominal aumentam a probabilidade de desenvolvimento do cancro do cólon.

O aumento de peso pode provocar outras doenças como a diabetes, e desequilíbrios no metabolismo e nos níveis de insulina e glicose no organismo, que podem potenciar o aparecimento da doença.

Hidratação

Beber muita água é uma medida essencial para manter o organismo e os intestinos hidratados. A fezes hidratadas não ficam endurecidas e são mais fáceis e rápidas de expulsar, diminuindo o tempo que ficam no intestino e consequentemente o risco de desenvolvimento do cancro.

O ideal é que as fezes sejam eliminadas a cada 2 dias ou diariamente. 2 a 3 litros de água por dia é o recomendado.

Exercício físico

A prática regular de exercício físico é fundamental para uma vida mais saudável e para diminuir o risco de desenvolvimento do cancro do cólon.

30 minutos de atividade física por dia durante 5 dias da semana, estimulará os movimentos intestinais, ajudando o intestino a funcionar melhor. Contribui também para controlar o peso e reduzir o stress.

Consumo de álcool

A ingestão elevada de álcool é prejudicial para a saúde em geral e aumenta o risco de desenvolvimento de cancro do cólon.  Quanto maior a quantidade consumida, maior é o risco.

Consumo de tabaco

Parece haver uma relação forte, de acordo com alguns estudos, entre o consumo de tabaco e o desenvolvimento de cancro do cólon.

As substâncias tóxicas existentes nos cigarros estimulam alterações no organismo que podem favorecer o desenvolvimento de vários tipos de cancro.

Conclusão

O cancro do cólon pode ser devastador se provocar metástases e não for detetado atempadamente. Por isso, a vigilância médica e a realização de colonoscopias regulares, sobretudo depois dos 50 anos, são extremamente importantes para assegurar uma recuperação da doença em pleno.

Um estudo feito por cientistas nos Estados Unidos, descobriu que fazer uma colonoscopia a cada 10 anos a partir dos 50 anos de idade poderia evitar 40% dos casos de cancro do cólon.

A colonoscopia é o exame de rotina preventivo por excelência, para chegar a um diagnóstico o mais precoce possível.

Outra arma imprescindível para prevenir o cancro do cólon é a adoção de uma alimentação saudável com ingestão de alimentos com fibra e menos processados.

São alimentos que além de ajudarem ao bom funcionamento do intestino, também facilitam o controle do peso e a evitar o aparecimento da obesidade.

Assim, os legumes, frutas, cereais integrais, leguminosas, grãos e sementes são ingredientes que não podem faltar no plano alimentar.

Além disso, é importante manter uma atitude positiva e pesquisar sobre a doença para facilitar a tomada de decisões.

A conversa com o médico deve servir também para tirar dúvidas e perguntar sobre as caraterísticas do tumor, as opções de tratamento disponíveis e os seus efeitos secundários.

Quanto mais informação disponível, mais margem de manobra haverá para tomar decisões em relação ao cuidado médico necessário.

Manter o contacto próximo com familiares e amigos também é um fator importante para lidar com a situação de uma forma mais acompanhada. Todo o sistema de apoio que está disponível é essencial.

Por último, a partilha de experiências com outras pessoas que passaram ou estão a passar pela mesma situação pode ser um ponto de conforto e de solidariedade, tendo um papel fundamental para lidar com a doença.

Nos centros Mais Que Cuidar encontra produtos e serviços  que dão uma ajuda importante no apoio e no conforto aos doentes com cancro, entre eles estão os cuidados de saúde ao domicílio (apoio domiciliário, fisioterapia, enfermagem) e os produtos de apoio para comprar ou alugar.

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Referências:

  • Liga Portuguesa contra o Cancro
  • Sociedade Portuguesa de Endoscopia Diagnóstica
  • Serviço Nacional de Saúde
  • Direção Geral da Saúde
  • New England Journal of Medicine
  • American Journal of Epidemiology

*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.

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