Sabia que 14,9 milhões de pessoas da União Europeia sofrem de insuficiência cardíaca?
A insuficiência cardíaca é a causa número um da hospitalização das pessoas com mais de 65 anos, e a estatística aponta que 1 em cada 5 pessoas com mais de 40 anos vai desenvolver insuficiência cardíaca.
Esta é uma doença muito presente na nossa sociedade, que a maioria das pessoas pode prevenir com a alteração de alguns hábitos diários. A prova de que pode afetar qualquer pessoa, é o caso do cantor português, Salvador Sobral de 27 anos, que recebeu um transplante cardíaco, e da cantora norte-americana Miley Cyrus, que vive com a doença.
A tensão arterial alta, a diabetes e o ataque cardíaco são algumas das causas mais frequentes de insuficiência cardíaca.
Para se proteger é importante conhecer a doença, os seus sintomas, e acima de tudo, como a prevenir.
No que respeita ao tratamento, sobretudo nas situações crónicas, a monitorização e controle dos sintomas em ambiente domiciliário por parte do médico cardiologista e dos enfermeiros é essencial para a qualidade de vida do paciente. Mais adiante respondemos se a Insuficiência cardíaca tem cura e qual o tratamento habitual.
Descubra tudo o que pode fazer para evitar esta doença, quais os sintomas que a caracterizam e os fatores de risco que podem aumentar a sua probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca neste guia completo.
O que é insuficiência cardíaca congestiva?
A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não consegue satisfazer as necessidades de sangue do corpo. Também conhecida como insuficiência cardíaca congestiva, esta condição causa uma congestão de sangue nas veios e nos pulmões.
O desenvolvimento da insuficiência cardíaca dá-se quando quando a contração ou relaxamento do coração são ineficazes, por norma, causado por fraqueza, rigidez, ou até ambos, do músculo cardíaco (miocárdio). Pode ocorrer acumulação de sangue nos tecidos, o que causa congestão. Esta é a razão porque a insuficiência cardíaca também é apelidado de insuficiência cardíaca congestiva.
O coração tem como função, bombear sangue. Enquanto o lado direito do coração envia o sangue das veias para os pulmões, já o lado esquerdo trata de bombear o sangue dos pulmões para o resto do corpo.
A acumulação do sangue que entra no lado esquerdo provoca congestão pulmonar e dificuldade respiratória, enquanto a acumulação do lado direito provoca congestão e concentração de líquidos noutras zonas do corpo, como órgãos e tecidos.
O fornecimento insuficiente de oxigénio e nutrientes transportados pelo sangue, podem dar origem a cansaço acelerado dos braços e pernas e levar ao incorreto funcionamento dos rins. Se estes não conseguem eliminar corretamente os líquidos e resíduos existentes no sangue, aumenta a quantidade de líquido na corrente sanguínea, e consequentemente o esforço de um coração já debilitado. Cria-se assim um círculo vicioso, que leva ao agravamento da insuficiência cardíaca.
Ainda que os dois lados do coração sejam afetados pela insuficiência cardíaca, pode existir uma interferência maior de um lado que no outro. Quando existe essa discrepância a insuficiência cardíaca pode ser direita ou esquerda.
A insuficiência cardíaca congestiva pode ser causada por muitos dos problemas que atingem o coração. Pode surgir em qualquer idade, incluindo em crianças muito novas, especialmente nas que nasceram com defeitos cardíacos congénitos.
No entanto, é mais comum em idosos, porque tendencialmente possui mais distúrbios que as tornam propensas a desenvolverem insuficiência cardíaca. Além disso, as alterações provocadas pela idade no coração reduzem a sua força.
O aumento da esperança média de vida pode tornar esta condição mais frequente, assim como os fatores de risco para problemas cardíacos, como a obesidade, a diabetes, o tabagismo e a hipertensão arterial.
Veja também: Tensão arterial baixa, normal ou alta: valores ideais, quais os riscos e como medir?
Quais os tipos de insuficiência cardíaca congestiva?
Apesar de insuficiência cardíaca ser um nome comumente utilizado como sendo uma doença única, na verdade esta é classificada segundo a disfunção do coração e de acordo com a gravidade dos sintomas.
Para compreender os dois tipos de insuficiência cardíaca é preciso compreender que estes se baseiam na percentagem de sangue que é bombeada para fora do coração em cada batimento (taxa de fração de ejeção). Este é um indicador-chave do estado do seu coração.
Insuficiência cardíaca fração de ejeção reduzida (sistólica)
A ICFER é chamada de insuficiência cardíaca sistémica, e diz respeito a quando o coração apresenta uma contração menos forte, apresentado um bombeamento inferior do que o sangue que recebe. Isto faz com que fique mais sangue dentro do coração, que se acumula nos pulmões e veias.
Insuficiência cardíaca fração de ejeção preservada (diastólica)
Chamada de insuficiência cardíaca diastólica, surge quando o coração se torna rígido, não relaxando normalmente após a contração. Isto interfere na capacidade de o coração se voltar a encher de sangue, o que pode levar a compensação com uma quantidade exagerada de sangue.
Tal como na insuficiência cardíaca sistólica, o sangue que regressa ao coração acumula-se nos pulmões ou nas veias.
A intensidade e aparecimento dos sintomas é outra forma de caracterizar a insuficiência cardíaca, que apresenta duas diferenciações:
Insuficiência cardíaca aguda (ICA)
Conhecida também como insuficiência cardíaca descompensada, esta ocorre subitamente de forma severa, obrigando a procurar ajuda médica e hospitalar imediata.
Depois de feita a compensação, o paciente pode ter alta do hospital, mas deverá manter acompanhamento com o cardiologista. A ICA pode resultar do agravamento de uma insuficiência cardíaca crónica.
Insuficiência cardíaca crónica (ICC)
Geralmente tem um desenvolvimento gradual, que pode durar anos. O doente pode levar uma vida prolongada, mantendo-se estabilizado através de tratamento, ainda que tenha de lidar com algumas limitações.
Neste tipo de insuficiência cardíaca, são os sintomas como o cansaço, a falta de ar, as dores abdominais, a tosse e o inchaço nos membros, que permitem ao paciente perceber que algo de mal se passa.
No tratamento deste tipo de Insuficiência Cardíaca é muito importante o envolvimento e acompanhamento de uma equipa multidisciplinar composta pelo médico cardiologista, dietista, equipa de enfermagem e fisioterapia.
A monitorização e controle dos sintomas é fundamental para a qualidade de vida do paciente.
Quais as causas da Insuficiência cardíaca?
Na maioria das situações a causa surge do enfraquecimento do músculo cardíaco, o miocárdio. Qualquer condição que cause enfraquecimento deste músculo pode vir a originar insuficiência cardíaca. Ocasionalmente a razão pode estar no aumento da espessura do miocárdio, que influencia o seu funcionamento adequado.
Outra causa bastante comum, é a doença das artérias coronárias, por estas últimas serem responsáveis também pela irrigação do músculo cardíaco. Quando esta função fica danificada, pode ocorrer um enfarte.
Todas as doenças que afetam o coração, ou a maneira como a corrente sanguínea flui, podem estar na origem da insuficiência cardíaca. Esta é uma doença secundária e crónica, de longo prazo, apesar de se poder desenvolver repentinamente.
Existem ainda várias outras causas para a Insuficiência cardíaca, e algumas podem derivar dos nossos hábitos:
- Doença das artérias coronárias
- Ataque cardíaco anterior (enfarte do miocárdio)
- Pressão alta (hipertensão)
- Valvulopatias
- Doenças congénitas do coração
- Cardiomiopatia (coração aumentado)
- Endocardite
- Miocardite (infeção do coração)
- Alcoolismo
- Obesidade
- Diabetes
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Quais são os sinais e sintomas da Insuficiência cardíaca?
Nem sempre os sintomas de insuficiência cardíaca congestiva são óbvios, e numa fase inicial do desenvolvimento da doença podem não surgir sintomas. Além disso, alguns dos sintomas podem ser desvalorizados e pela sua natureza serem considerados sinais de envelhecimento. São exemplos desses sintomas o cansaço e o aumento da micção noturna.
A maioria dos sintomas surgem da tentativa do corpo de remediar as dificuldades do coração em suprir as necessidades de sangue de todo o organismo. Ainda que estas substituições possam, inicialmente compensar a falha do músculo do coração, a longo introduzem esforço extra, contribuindo para o agravamento da deterioração.
Reconhecer os sinais é a melhor maneira de saber quando procurar o médico e fazer um check-up à sua saúde.
- Falta de ar;
- Inchaço dos pés e das pernas (edemas);
- Sensação de cansaço e falta de energia;
- Perda de apetite e abdomén inchado e mole;
- Dificuldade em dormir à noite devido a problemas respiratórios;
- Tosse com muco tipo espuma ou catarro;
- Confusão mental;
- Alterações da memória;
- Aumento da micção durante a noite.
Quais são os principais fatores de risco?
Apesar de perigosa, a insuficiência cardíaca geralmente tem uma evolução lenta, podendo demorar décadas até atingir um estado considerado muito grave. Assim o objetivo principal dos médicos cardiologistas é diagnosticá-la cedo, antes de o coração sofrer danos graves.
O estilo de vida pode ter uma forte influência no desenvolvimento da insuficiência cardíaca, pelo seu peso nos principais fatores de risco. Por isso, é imprescindível ter atenção ao modo de vida, para controlar e prevenir fatores de risco como o colesterol, a tensão arterial alta e a diabetes.
Mas nem todos os fatores de risco dependem de opções de vida e hábitos. Algumas pessoas têm uma maior propensão para sofrer de insuficiência cardíaca. Conhecer estes fatores é o primeiro passo na prevenção:
Ataque cardíaco (enfarte do miocárdio)
O enfarte do miocárdio, ou ataque cardíaco, causa a interrupção da irrigação de sangue ao miocárdio, o músculo do coração. Se não for tratada com urgência, esta interrupção leva à morte da área do músculo que não recebe sangue. Esta alteração, mesmo depois de tratada pode causa problemas de insuficiência cardíaca, porque compromete o funcionamento do coração.
Válvulas cardíacas anormais
Existem vários motivos para existir anormalidade das válvulas cardíacas. Desde malformações congénitas a alterações causadas pelo envelhecimento, quando as válvulas apresentam alterações podem surgir complicações que levam a insuficiência cardíaca.
Pressão arterial alta (hipertensão)
A hipertensão surge quando existe um estreitamento das artérias, dificultando a passagem do sangue e sobrecarregando o coração no trabalho de bombear o sangue. Se esta pressão não for controlada, o coração estará em esforço constante durante muito tempo. Segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia existem cerca de dois milhões de hipertensos em Portugal.
Diabetes
A diabetes é uma das principais causas da insuficiência cardíaca. Se não for controlada, com o passar do tempo, a diabetes leva a um excesso de glicose (açúcar) no sangue. Este excesso danifica os vasos sanguíneos e o coração, o que faz com que as pessoas com diabetes tenham mais probabilidade de desenvolver uma doença cardíaca.
História familiar de doença cardíaca
A herança genética pode aumentar as probabilidades de desenvolvimento de problemas e patologias do coração. Quando existe o registo de doenças cardiovasculares em familiares próximos, é importante efetuar vigilância desde a infância.
Cardiomiopatia (Aumento do tamanho do coração)
A cardiomiopatia hipertrófica diz respeito ao aumento de uma parte do músculo do coração, que fica mais grosso. Isto causa uma alteração na função do miocárdio e consequentemente, uma interferência no modo de bombear o sangue.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da insuficiência cardíaca congestiva é feito pelo médico, sendo o cardiologista o médico especialista em doenças coronárias. O cardiologista avalia a gravidade e as causas associadas, baseando-se nos sinais, sintomas, história médica e familiar e no exame clínico.
Existem diversos meios de complementares de diagnóstico que ajudam no diagnóstico e na seleção da terapêutica a adotar. O médico pode prescrever vários destes exames de diagnóstico:
- Ecocardiograma
- Ecocardiograma de sobrecarga
- Eletrocardiograma (ECG)
- Radiografia do tórax
- Cateterismo cardíaco
- Ressonância magnética cardíaca
Qual o tratamento para a Insuficiência Cardíaca Congestiva?
O tratamento deve incidir sobre o distúrbio que causa a insuficiência cardíaca, já que a única maneira de prevenir a insuficiência cardíaca é prevenir e controlar as condições que a originam.
Este tratamento pretende melhorar a qualidade de vida e reduzir a mortalidade, mas não cura a insuficiência, procura sim, corrigir a causa.
Como poderá constatar, estes tratamentos podem ser médicos ou cirúrgicos, dependendo da natureza da causa.
Dieta
Uma dieta equilibrada e saudável pode trazer benefícios aos doentes com insuficiência cardíaca, em especial quando reduz o consumo de sal.
Os rins são responsáveis pela filtração, mas quando não são irrigados com a quantidade de sangue suficiente têm menos capacidade de filtrar. Isto leva a uma deterioração da função renal e à consequente acumulação de líquidos e retenção de sódio (sal).
É por isso importante reduzir a quantidade de líquidos ingeridos e optar por um dieta com pouco sal. A retenção de líquidos é um dos sintomas da insuficiência cardíaca e causa inchaço nos tornozelos, pés, estômago e costas.
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Remédios para o coração
Existem vários medicamentos indicados para o tratamento da insuficiência cardíaca, que deverão ser prescritos pelo cardiologista. Entre outros, o médico pode optar por inibidores ECA, betabloqueantes, diuréticos e anticoagulantes. Geralmente utiliza-se uma combinação de medicamentos.
Alterações do estilo de vida
Como referimos anteriormente, o estilo de vida e os hábitos têm um papel importante na probabilidade de desenvolver IC. As alterações desses hábitos também influenciam o tratamento e permitem o alívio dos sintomas, como deixar de fumar, reduzir o nível de stress, e fazer exercício físico.
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Cirurgia cardíaca
O médico pode considerar a cirurgia a melhor abordagem, por exemplo, no caso de a IC ser causada ou aumentada por uma válvula fraca. Neste caso a intervenção tem como objetivo substituir ou reparar a válvula, mas para uma insuficiência cardíaca grave e irreversível, a cirurgia a adotar pode ser o transplante de coração.
Terapia de ressincronização cardiaca (TRC)
Quando as câmaras inferiores do coração não batem ao mesmo ritmo e tempo, obrigam o coração a trabalhar mais. Um dispositivo implantável no coração marca o ritmo. O TRC envia impulsos elétricos às câmaras do coração para auxiliá-las a baterem ao mesmo tempo. Se o ritmo estiver sincronizado, a eficácia do coração em bombear o sangue pode ser melhorada.
Fisioterapia
A Fisioterapia Cardíaca proporciona diversos benefícios como melhorar a capacidade funcional, reduzir os sintomas, melhorar a qualidade de vida. Esta permite ao paciente retomar gradualmente as suas atividades diárias. Normalmente são adotados três tipos de treinos: resistência aeróbia, força ou resistência e respiratórios.
Transplante cardíaco
Como tratamento da insuficiência cardíaca congestiva, o transplante cardíaco é reservado a pacientes com insuficiência grave. Este tratamento depende da existência de um coração compatível e saudável. Cerca de 95% das pessoas que receberam um transplante de coração vêem a sua capacidade para fazer exercício melhorar substancialmente.
Controle do peso
Crie o hábito de se pesar diariamente com roupas leves. O excesso de peso pode indicar agravamento da insuficiência cardíaca. Além disso, menos peso significa um esforço menor para o coração.
Controle da Tensão arterial
O aumento da pressão arterial influencia enormemente a insuficiência cardíaca, pelo que os pacientes que sofrem desta doença devem controlar a sua tensão arterial. Para isso deve medir a sua tensão com regularidade. Também deve adotar hábitos de vida saudáveis, pois o stress, excesso de sal e bebidas alcoólicas e o excesso de peso podem levar a hipertensão.
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Enfermagem
Os enfermeiros, pertencentes a uma equipa multidisciplinar composta pelo médico cardiologista, fisioterapeuta, dietista, assistente social, têm um papel muito importante na vigilância e monitorização dos sintomas do doente com insuficiência cardíaca.
Além disso, fazem ensino ao doente, seus familiares e cuidadores sobre todos os cuidados a ter em casa com os medicamentos prescritos, dieta, controlo do peso, tolerância ao esforço, agravamento dos sintomas, entre outros.
Existem estudos científicos que mostram que doentes com insuficiência cardíaca que participam em programas que incluem o acompanhamento e a vigilância de enfermagem em casa, têm maior controlo dos sintomas, existe uma diminuição dos reinternamentos por descompensação da doença e há uma melhoria da qualidade de vida dos doentes.
Produtos de Apoio para doentes com Insuficiência Cardíaca
Nas fases avançadas da insuficiência cardíaca congestiva, os doentes habitualmente sentem cansaço para pequenos esforços, têm muitos edemas (inchaços) o que lhe provoca dificuldades na mobilidade. Existem vários produtos de apoio e ajudas técnicas que podem ajudar a melhorar a mobilidade, o conforto e a segurança. Veja de seguida alguns exemplos:
Cama articulada elétrica hospitalar
De forma a proporcionar o maior conforto durante a noite é recomendado uma cama articulada elétrica com colchão ortopédico. Estas camas têm um acessório que é colocado na zona dos pés de forma a elevá-los para melhorar a circulação sanguínea e diminuir os edemas. Além disso, é recomendado a elevação do tronco na posição de deitado de forma a melhorar a respiração.
Está disponível em regime de compra ou aluguer.
Poltrona reclinável
Para proporcionar momentos de conforto e descanso durante o dia, é aconselhado um sofá ortopédico reclinável. Outra das suas vantagens é permitir a elevação das pernas de forma a facilitar a circulação e diminuir os inchaços.
Disponível em regime de compra ou aluguer.
Cadeira de rodas
Em situações em que o doente já apresenta dificuldade em andar sobretudo grandes distâncias, a utilização de uma cadeira de rodas manual é aconselhável. Existem também cadeiras de rodas elétricas e scooters de mobilidade como alternativa para uma condução mais autónoma.
Disponível em regime de compra ou aluguer.
Bancos e cadeiras para o banho
Existem vários modelos de cadeiras ou bancos especiais para facilitar o banho na banheira ou no poliban. As barras de apoio também são importantes para promover a maior segurança.
Quais as complicações da Insuficiência cardíaca congestiva?
A insuficiência cardíaca é uma patologia que reduz consideravelmente a esperança média de vida. Também a qualidade e vida é afetada e ao longo do tempo a deterioração continua a acontecer, limitando as possibilidades de dar continuidade ao tratamento.
Torna-se especialmente debilitante para pessoas idosas, para quem pode não ser viável optar pelo transplante de coração. Nestes casos torna-se mais urgente garantir o conforto dos doentes do que a tentativa de prolongar a sua vida.
Veja também: Cuidados paliativos ou cuidados continuados ao domicílio em Portugal: apoio a doentes terminais
Por vezes, a insuficiência cardíaca leva à morte súbita, sem que os sintomas se agravem. Nesse sentido, as pessoas com insuficiência cardíaca podem deixar indicações do tipo de cuidados que pretendem receber. O Serviço Nacional de Saúde disponibiliza uma Diretiva Antecipada de Vontade (Testamento Vital), onde qualquer cidadão maior de idade e residente em Portugal, pode manifestar a sua vontade consciente.
Insuficiência cardíaca tem cura?
Por norma, a insuficiência cardíaca congestiva não pode ser revertida e a terapêutica adotada tem como objetivo oferecer melhor qualidade de vida e autonomia ao doente, assim como reduzir a mortalidade.
Qual a esperança de vida do doente com insuficiência cardíaca?
Ainda que muitas pessoas com insuficiência cardíaca possam viver durante muitos anos, cerca de 70% morrem por causa da doença num período de 10 anos.
A esperança de vida varia de acordo com o grau de gravidade da doença, da resolução para a sua causa e da terapêutica aplicada. O tratamento aumenta a expectativa de vida.
À volta de 50% dos pacientes com uma insuficiência cardíaca leve, vivem pelo menos 10 anos, enquanto cerca de metade dos que desenvolveram uma insuficiência grave, vivem pelo menos dois anos.
Como prevenir a insuficiência cardíaca?
A principal maneira de se prevenir contra o desenvolvimento de uma insuficiência cardíaca, é a adotar um estilo de vida saudável e equilibrado. Esses cuidados devem ter em consideração vários parâmetros da sua vida, como a alimentação, o exercício físico, o peso e o stress. Além disso, deve evitar o abuso no consumo de álcool e não fumar.
A existência de fatores de risco na sua condição, como hipertensão, doença coronária ou diabetes, exigem cuidados redobrados com os hábitos diários, como um dieta com baixo teor de sal.
E agora tome atenção,
se apresentar um fator de risco é essencial procurar acompanhamento médico especializado, para um diagnóstico e prescrição de terapêutica adequados.
O tratamento desses quadros é importante para evitar uma sobrecarga do músculo do coração.
Ainda que não possua nenhum fator de risco, estes podem desenvolver-se, pelo que se recomenda que tenha uma acompanhamento médico regular.
Conclusão
A insuficiência cardíaca é uma doença que pode afetar pessoas de qualquer idade, sendo mais predominante nas pessoas de idade. As suas causas são diversas, desde hereditárias a opções relacionadas com o estilo de vida.
Ainda que alguns sintomas requeiram preocupação imediata, outros são mais leves e facilmente confundidos ou ignorados. Isto leva a que 1 em cada 3 pessoas considerem erroneamente os sintomas de insuficiência cardíaca como sinais normais do envelhecimento.
A prevenção é possível e deve ser o principal foco, podendo ser adotado por qualquer pessoa, mesmo que não tenha propensão ao desenvolvimento de doenças cardíacas.
Saber reconhecer os sintomas, levar um estilo de vida saudável e equilibrado, e apostar em acompanhamento médico regular é essencial para evitar o desenvolvimento da doença. A prevenção aumenta a esperança de vida dos doentes.
No que respeita ao tratamento, sobretudo nas situações crónicas, a monitorização e controle dos sintomas por parte do médico cardiologista e dos enfermeiros é essencial para a qualidade de vida do paciente.
O acompanhamento e a vigilância em casa dos doentes com IC crónica por parte de uma equipa especializada de enfermagem, ajuda a controlar os sintomas, a evitar reinternamentos e a melhorar o bem-estar e a saúde dos doentes.
Juntos Cuidamos Melhor!
Referências
- https://www.sns24.gov.pt/servico/rentev-registo-nacional-de-testamento-vital/
- Sociedade Portuguesa de Cardiologia
- Fundação Portuguesa de Cardiologia
*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.