A mobilidade reduzida é uma das caraterísticas associadas ao envelhecimento. Muitas pessoas idosas não conseguem andar muito ou durante um determinado tempo sem se cansarem ou sentirem dores.
Os problemas de mobilidade podem ter várias origens, mas geralmente, no caso dos idosos, pode dever-se a um problema de saúde como um acidente vascular cerebral, artrite, doença cardíaca ou osteoporose.
No entanto, por vezes, não existe qualquer problema de saúde pré-existente, as pessoas idosas têm apenas uma mobilidade variável em que varia a sua manifestação e influência na vida diária do idoso.
A fisioterapia oferece uma abordagem personalizada para manter e melhorar a função e capacidade física dos idosos. Os exercícios de fisioterapia têm como alvo os principais grupos musculares que contribuem para a estabilidade, incluindo as pernas, o tronco e as costas.
Melhorar estas áreas ajuda os idosos a manter a estabilidade, especialmente em situações em que as quedas são mais prováveis, como subir escadas ou caminhar em superfícies irregulares.
Através de uma combinação de exercícios, terapia manual e aconselhamento sobre o estilo de vida, os fisioterapeutas podem abordar os desafios únicos que surgem com o envelhecimento, como a diminuição da flexibilidade, a redução da força muscular e problemas de equilíbrio.
Deste modo, a fisioterapia pode ajudar os idosos a manterem-se ativos, a reduzirem o risco de quedas e a manterem a sua independência.
O que é que provoca o declínio da mobilidade nos idosos?
Os problemas relacionados com a idade são extremamente variados e diferentes de pessoa para pessoa. No entanto, há vários problemas músculo-esqueléticos que parecem afetar mais os idosos do que os mais jovens.
Condições como a artrite e a osteoporose são apenas dois exemplos. Mas, mesmo assim, existem sempre problemas adicionais para as pessoas idosas, mesmo que sejam saudáveis.
Os músculos, os tendões, os ligamentos e as articulações tendem a enfraquecer ou a degradar-se à medida que envelhecemos. É um processo natural.
Manter um estilo de vida saudável ao longo da vida, e mesmo em idade mais avançada, permite manter uma boa mobilidade durante mais tempo.
O enfraquecimento dos músculos e o aperto das articulações tornam os movimentos mais difíceis, resultando por vezes em dores imensas, quando há problemas de mobilidade, mesmo se não houver dor.
A fisioterapia pode ser uma boa ajuda quando há limitação na amplitude de movimentos, trazendo mais qualidade de vida aos idosos.
Porque a fisioterapia é importante para os idosos?
Os efeitos do envelhecimento biológico reduzem a eficiência dos sistemas do corpo, mas ao longo da vida, a função ótima é mantida em cada indivíduo, continuando a utilizar estes sistemas na sua capacidade máxima.
Um dos principais fatores relacionados com a diminuição da mobilidade são os problemas que esta pode causar precisamente nos movimentos do corpo.
Por exemplo, se uma pessoa idosa tiver uma amplitude de movimentos e uma força nas pernas limitadas, será difícil que possa andar sem problemas. Pode ser capaz de se deslocar pela casa, mas andar durante muito tempo vai ser doloroso e difícil.
Em consequência disso, o facto de o idoso não poder fazer exercício provoca complicações cardiovasculares e até aumenta o risco de diabetes.
Os fisioterapeutas têm um papel fundamental para ajudar as pessoas idosas a utilizarem uma série de sistemas do corpo de forma completa para aumentar a mobilidade e a independência.
Quando nem a melhoria nem mesmo a manutenção da mobilidade funcional é um objetivo alcançável, a fisioterapia pode contribuir para ajudar os idosos a permanecerem confortáveis e sem dor e a fazer uma prevenção do desenvolvimento de problemas através da promoção da saúde.
Quais são os benefícios da fisioterapia para os idosos?
Independentemente do nível concreto de mobilidade, a fisioterapia pode sempre ajudar a melhorar. Os benefícios da fisioterapia são muito diferenciados e vão para além da simples melhoria da capacidade de andar.
Estes são alguns dos benefícios:
Aumentar a força muscular
Os músculos fortes são essenciais para fazer as coisas que são necessárias fazer no dia a dia.Quer se trate de levantar objetos, dobrar-se de determinadas formas ou apoiar o movimento das pernas, os músculos são cruciais.
À medida que envelhecemos, os músculos tendem a enfraquecer e a contrair-se. Esta diminuição da força e da flexibilidade torna muitas tarefas mais difíceis. O idoso poderá não conseguir levantar objetos pesados e os seus membros poderão não ser capazes de se esticar tanto como antes.
A fisioterapia trabalha para aumentar a força muscular através de uma variedade de exercícios e com esta força muscular melhorada ajuda também a flexibilidade, a mobilidade e até reduz o risco de lesões.
Um estilo de vida mais ativo
Quando não há dor, o movimento torna-se muito mais fácil. Ao ajudar as pessoas idosas a manter uma boa amplitude de movimentos, com a fisioterapia, os idosos podem ser mais ativos durante mais tempo.
A aptidão cardiovascular é importante e, embora possa haver alguma diminuição da capacidade, continua a ser ideal manter uma boa saúde cardiovascular.
As doenças cardíacas, a diabetes e uma série de outros problemas de saúde, podem ser exacerbados ou provocados pela falta de atividade. A fisioterapia ajuda o idoso a fazer mais durante mais tempo e, consequentemente, melhora a sua saúde e bem-estar geral.
Melhoria da saúde mental
A solidão, a morte de amigos e familiares e a constatação de que não podem fazer o que costumavam fazer, pode afetar a saúde mental dos idosos.
O exercício e a atividade são sempre recomendados para as pessoas que lidam com problemas de saúde mental. Isso não é diferente para os idosos, mas as atividades são um pouco diferentes.
Em vez de passar horas numa passadeira, uma pessoa idosa pode beneficiar do simples facto de poder dar uma volta ao quarteirão. Poder realizar uma série de alongamentos e exercícios de mobilidade todas as manhãs também pode ser benéfico.
Diminuição do risco de quedas e lesões
A fisioterapia ajuda a melhorar a força, a flexibilidade e também o equilíbrio. Isto é importante para os idosos, uma vez que uma simples queda pode ter consequências muito mais graves do que numa pessoa mais jovem.
Quando os idosos se podem movimentar livremente, com confiança, é menos provável que sofram lesões graves devido a quedas.
Ao melhorar o equilíbrio, a flexibilidade e a força muscular, os músculos e as articulações, os idosos também podem lidar melhor com quedas ou lesões. Partindo de uma base saudável, é razoável supor que a recuperação de uma lesão será mais rápida.
Melhor qualidade de vida e ter mais independência
Ao melhorar a mobilidade dos idosos, podemos proporcionar-lhes uma melhor qualidade de vida e ajudar os idosos a manter um bom movimento e mobilidade, permitindo-lhes desfrutar dos seus passatempos e atividades durante mais tempo, dando-lhes mais independência e uma vida mais satisfatória.
Como é que a fisioterapia atua nos problemas de mobilidade?
Em primeiro lugar, o fisioterapeuta deverá avaliar a capacidade do idoso para se deitar e levantar da cama, para se levantar e sentar e para andar dentro e fora de casa.
Se houver dificuldade em realizar qualquer uma destas atividades, o fisioterapeuta poderá sugerir ajudas à mobilidade e equipamento que possam facilitar a tarefa.
O fisioterapeuta avalia a força muscular, a amplitude de movimentos e o equilíbrio e pode elaborar uma lista de problemas e um plano de tratamento.
Estes são alguns exemplos de como a fisioterapia pode atuar:
Estratégias de prevenção de quedas
As quedas são uma grande preocupação para os idosos, levando muitas vezes a lesões significativas que podem afetar a sua independência.
A fisioterapia desempenha um papel crucial na prevenção de quedas, avaliando os fatores de risco específicos de cada indivíduo, tais como problemas de equilíbrio ou perigos ambientais em casa.
Com base nesta avaliação, os fisioterapeutas podem recomendar exercícios específicos para melhorar o equilíbrio e a coordenação, oferecer conselhos para tornar o ambiente doméstico mais seguro e ensinar técnicas para recuperar em segurança de um tropeção ou queda.
Promover a independência através da reabilitação
Para os idosos que recuperam de cirurgias, acidentes vasculares cerebrais ou que lidam com doenças crónicas como a artrite, a fisioterapia é essencial para a reabilitação.
Não só ajuda na recuperação, como também permite que os idosos recuperem a sua independência.
Através de uma combinação de exercícios terapêuticos, estratégias de gestão da dor e educação sobre a gestão da sua condição, a fisioterapia ajuda os idosos a reconstruir a sua força e confiança para retomar as suas atividades diárias.
Dependendo dos problemas de cada idoso, um plano de tratamento para um idoso com problemas de mobilidade pode incluir:
- Treino de entrada e saída da cama
- Treino de sentar para levantar
- Exercícios de fortalecimento muscular
- Treino de marcha
- Experimentação de uma variedade de auxiliares de marcha e equipamento como andarilhos e bengalas
- Estimulação elétrica funcional
- Ortóteses e talas
- Exercícios de equilíbrio em pé
- Fornecimento de um programa de exercícios para fazer em casa
- Aconselhamento e educação sobre quedas
O idoso poderá experimentar uma variedade de exercícios que aumentarão a força muscular e melhoram o equilíbrio e a coordenação.
É importante que os exercícios sejam efetuados regularmente em casa. Pode ser útil que um membro da família ou um prestador de cuidados possa corrigir a técnica e encorajar a realização dos exercícios diariamente.
Se o idoso tiver problemas nos pés devido a um problema neurológico e a uma fraqueza muscular específica, pode ser adequado utilizar estimulação elétrica ou uma ortótese no sapato para ajudar a andar.
Uma abordagem abrangente do bem-estar
A fisioterapia adota uma abordagem abrangente da saúde, reconhecendo a interligação do bem-estar físico, mental e social.
Para os idosos, isto significa não só tratar de problemas físicos específicos, mas também encorajar um estilo de vida ativo que contribua para a saúde mental e o envolvimento social.
Ao participarem em sessões em grupo, por exemplo, os idosos podem usufruir dos benefícios duplos do exercício físico e da interação social, que são componentes vitais de um envelhecimento saudável.
Exemplos de tratamentos de fisioterapia para a mobilidade e a força
A fisioterapia desempenha um papel fundamental para ajudar os idosos a manter a mobilidade e a independência.
Os principais tratamentos centram-se em planos de exercício adaptados, terapia manual, controlo eficaz da dor e melhoria do equilíbrio e da coordenação. Cada componente trabalha em conjunto para melhorar a força e evitar quedas.
Estes são alguns exemplos de tratamentos que incluem:
Desenvolver um programa de exercícios personalizado
A criação de um programa de exercícios personalizado é essencial para melhorar a força e mobilidade.
Antes de começarem os exercícios propriamente ditos, o fisioterapeuta avalia a condição física, no momento presente, do idoso, tendo em conta quaisquer limitações ou preocupações de saúde específicas.
Com base nesta avaliação, o fisioterapeuta elabora um programa que inclui exercícios destinados a aumentar a força muscular, a flexibilidade e a resistência. Os exercícios podem incluir treino de força, como bandas de resistência, exercícios de peso corporal ou pesos ligeiros.
O programa pode também incluir atividades aeróbicas, como caminhar ou andar de bicicleta, para melhorar a saúde cardiovascular.
A progressão regular é fundamental; à medida que for melhorando, o fisioterapeuta modificará o plano para garantir ganhos contínuos de força e mobilidade.
Técnicas de terapia manual
A terapia manual envolve técnicas práticas concebidas para aliviar o desconforto, melhorar a saúde das articulações e melhorar a mobilidade. Este tipo de tratamento pode incluir técnicas como a mobilização das articulações, a manipulação e a massagem dos tecidos moles.
Estes métodos têm como objetivo reduzir a dor e a rigidez, permitindo um melhor movimento. Os fisioterapeutas utilizam a terapia manual não só para tratar os sintomas, mas também para aumentar a eficácia dos tratamentos ativos.
Por exemplo, após a terapia manual, pode ser mais fácil fazer os exercícios prescritos. Esta combinação conduz frequentemente a uma melhoria da saúde das articulações e da função física geral, tornando as atividades diárias menos difíceis.
Estratégias de gestão da dor
A gestão eficaz da dor é essencial para manter a mobilidade. Os fisioterapeutas utilizam várias estratégias para ajudar a gerir a dor, incluindo exercícios terapêuticos, modalidades como a terapia de calor ou de frio e educação sobre a mecânica corporal.
A incorporação de exercícios que fortalecem grupos musculares específicos pode ajudar a aliviar o desconforto, melhorando a estabilidade geral. Além disso, algumas seções do plano de exercícios podem centrar-se em alongamentos suaves para aumentar a flexibilidade.
Compreender os fatores que desencadeiam a dor e aprender técnicas para modificar as atividades diárias também pode fazer parte do plano de tratamento. Esta compreensão permite gerir a dor de forma mais eficaz, conduzindo, em última análise, a uma melhor mobilidade e qualidade de vida.
Melhoria do equilíbrio e da coordenação
Melhorar o equilíbrio e a coordenação reduz significativamente o risco de quedas. As sessões de fisioterapia incluem frequentemente exercícios específicos destinados a melhorar estas áreas.
Atividades simples, como ficar de pé numa só perna ou andar com o movimento do calcanhar à ponta dos pés, podem melhorar a estabilidade.
O fisioterapeuta pode também utilizar pranchas de equilíbrio ou bolas de estabilidade como parte do plano. Estas ferramentas desafiam o equilíbrio e ajudam a reforçar os músculos necessários para a coordenação.
Incorporar o treino de equilíbrio na rotina pode levar a uma maior confiança na deslocação em casa e no exterior. Isto não só ajuda a manter a mobilidade, como também contribui para a independência e segurança do idoso.
Conclusão
Embora o envelhecimento faça parte do processo natural da vida, não é necessariamente fatal ter falta de mobilidade.
Naturalmente existem várias condições médicas que podem afetar os idosos e a mobilidade de que dispõem. Mas para os idosos com dores gerais, dores articulares e uma diminuição da amplitude de movimentos, a fisioterapia pode proporcionar um grande benefício.
Quando as capacidades físicas dos idosos começam a diminuir, é útil que sejam observados por um fisioterapeuta, para que possa ser estabelecido um plano de tratamento para ajudar a prevenir a perda de mobilidade.
É melhor não deixar passar o tempo e esperar que os músculos se degradem e enfraqueçam ainda mais, para que os idosos possam desfrutar de uma vida mais ativa durante mais tempo.
A fisioterapia desempenha um papel fundamental na prevenção da perda de mobilidade nos idosos, abordando as alterações relacionadas com a idade e promovendo a função física através de programas de exercício adaptados e educação sobre movimentos feitos em segurança.
A fisioterapia ajuda a manter e a melhorar a força, a flexibilidade, o equilíbrio e a coordenação, aumentando a independência e reduzindo o risco de quedas
Envelhecer com a ajuda da fisioterapia é mais do que apenas prevenir quedas ou recuperar de lesões; trata-se de manter um nível de atividade física que apoie a saúde e o bem-estar geral.
Ao incorporar a fisioterapia no regime de cuidados de saúde, os idosos podem melhorar a sua mobilidade, força e independência, conduzindo a uma vida mais ativa e gratificante.
Nunca é tarde demais para começar. A fisioterapia pode responder às necessidades e objetivos específicos de cada idoso, contribuindo para que possa envelhecer de forma mais segura e saudável.
(FAQ) Perguntas Frequentes
Como pode a fisioterapia ajudar um idoso com problemas de mobilidade?
O idoso pode melhorar a sua mobilidade com fisioterapia fazendo exercícios que promovem a força muscular, é possível também fazer prevenção de quedas e assim melhorar a mobilidade geral do idoso.
Como é que o idoso pode melhorar a sua mobilidade?
Os idosos podem melhorar a sua mobilidade fazendo exercícios de baixo impacto, por exemplo. Alguns exemplos podem incluir caminhadas ao ar livre ou exercícios feitos numa cadeira.
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Referências:
Physiopedia.com