
Ao longo da vida adulta, a maioria das pessoas é capaz de determinar as próprias ações e decisões, mas à medida que a idade avança, o âmbito da independência pode diminuir como resultado de mudanças na mobilidade ou na saúde.
Com o envelhecimento vêm também vários desafios relacionados com problemas de mobilidade, capacidade física e limitações com diferentes origens que podem impactar a independência dos idosos e as relações que possam ter com maior ou menor dependência de outras pessoas, como familiares ou cuidadores.
No entanto, com algumas estratégias simples, o idoso pode desfrutar de uma independência possível, ao mesmo tempo que recebe o apoio de que necessita
Manter a independência para realizar as tarefas diárias é muito importante para os idosos, porque ajuda a manter também a sensação de controlo sobre a sua própria vida, evitando estados mentais mais depressivos e o sentimento de que são um fardo para a família e os outros em geral.
Ser capaz de tomar as próprias decisões e de levar a vida diária de acordo com os próprios valores e preferências é fundamental para a dignidade em qualquer idade, mas muitos idosos sentem que a independência que tiveram no início das suas vidas é retirada na velhice.
Por vezes, as pessoas que rodeiam o idoso pensam que já não podem tomar as suas próprias decisões ou ignoram-nas quando o fazem. Mas, manter a independência pode ajudar o idoso a manter um sentido de autonomia, mesmo à medida que as circunstâncias mudam.
Por tudo isto é importante que os idosos mantenham a sua independência o máximo de tempo possível, para que o seu dia a dia seja mais confortável e harmonioso.
Porque é importante para os idosos manter a independência?
Perder a independência é difícil para os idosos. Durante toda a vida, viveram de forma independente e autónoma; trabalharam, criaram uma família e controlaram as suas próprias decisões.
À medida que essa dinâmica muda, recuperar e manter o máximo de independência possível não é importante apenas para manter a autoestima e o autorrespeito, mas também para o bem-estar físico, mental e emocional dos idosos.
Quando os idosos precisam de um pouco mais de ajuda, é natural que os familiares queiram assumir o controlo e fazer mais por eles. O desejo de ajudar é uma resposta carinhosa, mas pode ter como custo a perda da independência dos idosos.
Autonomia e independência podem parecer a mesma coisa, mas não são. Para os idosos e a forma como vivem o seu dia a dia, têm significados e consequências diferentes.
A autonomia designa a capacidade de tomar decisões, de ter agência sobre os seus próprios atos e escolhas, estando relacionada com a aptidão mental.
Enquanto a independência está mais relacionada com capacidade de realizar as tarefas do dia a dia sem precisar de ajuda de terceiros, estando relacionado com a aptidão física.
Tanto a autonomia como a independência são extremamente importantes para os idosos e estão relacionadas, mas ter independência implica uma maior liberdade e sensação de controlo sobre a própria vida.
A importância de ser independente tem uma dupla simbologia para os idosos. A independência é, por vezes, a única coisa que os idosos sentem que podem controlar, uma vez que certos aspetos da sua vida mudam com a idade.
Além disso, manter a independência promove uma sensação de realização que, para muitos idosos, gera uma grande sensação de autoestima e bem-estar.
Muitas vezes, os idosos conseguem viver de forma independente com pouca ou nenhuma ajuda.No entanto, alguns precisam de assistência devido a limitações físicas ou mentais que vêm com o envelhecimento.
Para manter níveis reais de independência, é importante que os idosos se envolvam nos seus próprios cuidados.
Ao ajudar os idosos, é importante não executar todas as suas tarefas e fazer tudo por eles. Em vez disso, é melhor envolver os idosos nas atividades e tarefas diárias, dependendo das suas próprias capacidades.
Alguns idosos são capazes de ajudar na limpeza da casa, nas compras de supermercado, na cozinha e noutras tarefas. E devem ser encorajados a fazê-lo.
Além de realizar tarefas domésticas, deve participar também noutras atividades, como jogar jogos, passear, fazer refeições em conjunto com o cuidador ou familiar ou simplesmente envolverem-se em conversas animadas com outras pessoas.
Os idosos que vivem sozinhos devem estar envolvidos nos seus próprios cuidados, porque isso promove um sentido de propósito. Isso facilita a sensação de realização e mantém a essência da independência pela qual os idosos se esforçam.
Estes são alguns dos benefícios da independência dos idosos, que mostram como é importante capacitar os idosos para que tenham uma vida independente:
Sentido de identidade
A capacidade de fazer escolhas ao longo do dia tem um grande impacto na forma como se sente em relação a si mesmo. Quando já não controla as decisões da sua vida, pode sentir-se menos como um indivíduo.
Os idosos viveram toda a sua vida com as suas próprias personalidades e crenças. Se chegarem a um ponto em que não conseguem expressar-se, não se sentirão eles próprios.
Esses sentimentos podem levar à depressão, raiva ou comportamento destrutivo, o que é prejudicial tanto para o idoso quanto para o seu cuidador.
Manter o equilíbrio e a força
Manter o equilíbrio e a força é um fator determinante na capacidade de alguém permanecer independente. Também motiva os idosos a permanecerem ativos, o que pode resultar em benefícios para a saúde que promovem a independência.
Se a força não for trabalhada rotineiramente, é provável que o idoso perca massa muscular e equilíbrio central.
A perda de força e equilíbrio pode levar a quedas perigosas que deixam o idoso no hospital por um longo tempo. Lesões também dificultam a manutenção da independência.
Manter a capacidade física é uma ótima maneira de prevenir quedas que levam a uma perda de independência a longo prazo.
Sentido de propósito
A perda de independência pode levar ao isolamento. Os idosos que estão isolados muitas vezes desenvolvem sentimentos de desesperança e depressão, e os efeitos negativos sobre a sua saúde mental podem diminuir a sua qualidade de vida.
A independência dá aos idosos um sentido de propósito. Eles têm oportunidades de realização, podem contribuir para a vida de seus familiares, amigos e vizinhos e desfrutar de atividades que sempre fizeram.
A chance de definir e alcançar objetivos tem um grande impacto, mesmo que pareçam pequenos, por exemplo, mesmo que um idoso tenha mobilidade reduzida, ainda pode ganhar um sentido de propósito através do envolvimento em atividades voluntárias.
Ajuda nas capacidades de memória
Os efeitos de uma vida independente podem contribuir para a melhoria das condições de saúde em alguns idosos. O aumento das capacidades de memória é apenas um exemplo e um fator importante para viver uma vida plena.
A perda de memória ocorre gradualmente à medida que o corpo envelhece, mas a independência e a atividade aumentam as capacidades de memória.
Níveis mais elevados de atividade aumentam o fluxo sanguíneo para o cérebro e usar a mente frequentemente ajuda a preservar a memória. As rotinas diárias ajudam a promover tanto a memória como a independência.
Manter a sensação de controlo
Às vezes, a independência pode ser a única coisa que os idosos sentem que controlam.
A capacidade de viver de forma independente empodera os idosos e reforça que, embora alguns fatores, como a saúde ou a estabilidade financeira, possam impedi-los de realizar algumas atividades que antes faziam, eles ainda têm controle sobre muitos aspetos da sua vida.
A sensação de controlo também promove um sentimento de realização e autoestima. Além disso, sentir que tem controlo sobre as suas ações, escolhas e situação pode ter um efeito positivo na saúde mental de uma pessoa.
Desenvolver relações positivas com os cuidadores
Uma boa relação pode surgir de uma relação entre idosos e cuidadores baseada na promoção da independência.
Os cuidadores podem fornecer aos idosos as ferramentas e os recursos de que precisam para manter a independência, como ajudá-los a organizar a sua casa de forma a promover a prevenção de quedas e ajudá-los a utilizar dispositivos digitais para se manterem em contacto com os familiares.
Estratégias para os idosos se manterem mais independentes
Incentivar as pessoas idosas a aceitar apoio adicional nem sempre é fácil. Requer compaixão, compreensão e diplomacia para evitar causar angústia.
No entanto, quando o idoso não está a aproveitar a vida ao máximo porque não pede ajuda, isso pode causar frustração e aborrecimento quer para o idoso quer para os cuidadores e familiares.
Algumas formas de independência, como conduzir ou viver sozinho, podem não ser possíveis de concretizar depois de uma certa idade ou quando existem determinadas condições físicas ou mesmo doenças.
No entanto, mesmo a tomada de decisões básicas e a conclusão de tarefas podem oferecer um sentido de realização que aumenta a auto valorização, autoestima e o bem-estar.
Alguns idosos vão querer continuar a cozinhar e a limpar a casa, enquanto outros nunca mais querem fazer um jantar em casa ou tratar da roupa, cabe a cada idoso fazer as suas próprias escolhas do que querem ou não fazer.
A forma como se pode promover ou incentivar a independência na vida diária dependerá das capacidades mentais e físicas do idoso.
No entanto, há uma grande variedade de coisas que o idoso pode tentar e, muitas vezes, mesmo os gestos mais pequenos podem fazer uma grande diferença.
Também é importante destacar que nem todos os idosos desejam um alto nível de independência.
Para alguns idosos, a ideia de independência total pode ser um pouco assustadora, especialmente se vivem com uma doença crónica, estiveram recentemente doentes ou sofreram uma queda grave.
Deve-se permitir sempre que o idoso tome a iniciativa e ajudar a que faça o máximo ou o mínimo que puder. A Independência tem mais a ver com ter escolha e sentir-se no controlo.
Estas são algumas estratégias que os idosos podem adotar para se manterem independentes:
Continuar com passatempos e atividades sociais
Incentivar os idosos a manter os seus passatempos e a participar em atividades sociais, ajuda a que se mantenham independentes.
Seja um clube do livro, uma noite de jogos com os amigos ou idas ao cinema, ver os amigos e continuar a interagir com outras pessoas manterá o idoso ativo e garantirá que a sua mente continue a ser exercitada.
Se o idoso sempre gostou de um hobby específico, incentivar a que o pratique novamente fará com que se sinta mais independente. Pode ser algo que fazia em casa, como cozinhar, pintar ou jardinagem, ou algo que fazia na comunidade, como passear com o cão, jogar bowling ou fazer cerâmica.
O objetivo é também dar-lhes a sensação de que a sua vida continua como antes e que as alterações provocadas pelo envelhecimento não diminuem o conforto a que estão habituados.
Por outro lado, a opção de escolher a companhia que quer ter, com quem e onde socializar, é importante para manter a sensação de pertença e de integração social na comunidade.
As atividades de lazer ao ar livre proporcionam importantes estímulos cognitivos e motores. O convívio com amigos e familiares são importantes para manter os laços a um sistema de suporte e para o bem-estar geral. Encorajar as ligações
A independência não é solidão. E a solidão pode ser fatal, com alguns estudos a demonstrar que a sensação de extrema solidão pode aumentar em 14% as hipóteses de um adulto mais velho morrer prematuramente.
É por isso que, se deve encorajar os idosos a permanecerem socialmente ativos. Manter as amizades antigas e cultivar outras novas, não só ajuda a afastar a solidão, como também pode ajudar os mais velhos a manter um sentimento de importância e independência.
O mais importante é estimular a fazer novas ligações pessoais e sociais, promovendo a interação social de acordo com os interesses e preferências dos próprios idosos.
Estabelecer uma rotina pessoal
Organizar um plano semanal ou mensal para agendar as idas ao médico, toma de medicamentos, realização de exames médicos e outros compromissos, realizados sempre pela mesma ordem e devidamente anotados numa agenda acessível.
Este processo vai trazer uma sensação de segurança ao idoso e proporcionar ao mesmo tempo, uma melhor fluidez do seu dia a dia.
Identificar e definir a ajuda que está disponível
Saber quem ou o que pode ser alcançado facilmente em caso de necessidade de ajuda, é importante para dar confiança ao idoso de que tem condições para ser autónomo e caso precise tem ajuda disponível.
Incentivar a ajudar os outros
O reconhecimento de que o idoso também pode ajudar os outros da forma possível e não está apenas dependente de ajuda, é muito importante para dar significado e propósito à vida e experiência dos idosos.
Fazer coisas sozinhos
Tratar de pequenas tarefas diárias como a alimentação ou higiene para si próprios e sozinhos, reforça o sentimento de autonomia e independência.
Incentivar a fazer a higiene própria
Fazer a sua própria higiene é excelente para estimular cognitivamente o idoso.
Outras tarefas relacionadas com a higiene podem também ser adicionadas à lista de tarefas diárias, como a recolha dos utensílios necessários à higiene, a sua organização por utilidade ou por cor, a sequência pela qual a higiene é feita, ir soletrando os nomes das marcas dos artigos usados, como o gel de banho ou a pasta de dentes, enquanto são usados, por exemplo.
É importante ter atenção ao piso da casa de banho e verificar as superfícies molhadas para evitar o risco de quedas ou lesões.
Escolher os alimentos
A preparação dos alimentos de acordo com a capacidade física e mental do idoso é outro elemento essencial para preservar a independência.
Caso não seja possível realizar a tarefa sozinho, o idoso pode participar na sua confeção, separando os ingredientes ou colocando os mesmos em determinados locais.
Seguir as indicações de uma receita e comunicando as mesmas, escolhendo receitas e os alimentos ou descrevendo o processo de confecionar os alimentos, entre outras. O objetivo é manter o idoso envolvido, atento e utilizar a tarefa para socializar.
Escolher o que está nas próprias refeições
Todas as pessoas têm as suas preferências quando se trata do que comem e bebem, e parte de manter a independência na própria vida é poder escolher todos os dias.
Só porque alguém gosta de um cozinhado em particular não significa que queira comer isso todos os dias, mas, infelizmente, muitas vezes os idosos acabam por comer sempre mais ou menos o mesmo.
Ter a possibilidade de escolher o que comer de acordo com a vontade e a condição física do idoso, é também uma forma de independência.
Escolher o vestuário
A escolha da roupa para vestir no dia a dia de acordo com o tempo, a temperatura e a estação do ano, é um excelente exercício cognitivo. Outras atividades mais complexas podem ser a combinação de cores, a escolha de adornos ou adereços.
Poder escolher o vestuário e o ato de se vestir sozinho proporcionam ao idoso uma sensação de controlo sobre as suas decisões, capacidade de estar ativo e envolvido no que a si diz respeito, contribuindo para a sua autoestima e bem-estar.
Adaptação da casa
Questões relacionadas com a mobilidade e capacidade física levam muitas vezes à necessidade de alterar divisões ou acessos no domicílio.
Pode ser necessário adquirir um elevador de escada, veículo de transporte pessoal, cama articulada, andarilhos, cadeiras de rodas, bengalas, entre outros.
As quedas são uma das principais razões que levam os idosos para o hospital e uma grande percentagem destas quedas acontecem em casa. Neste sentido, garantir que o idoso vive numa casa segura e adaptada às suas necessidades é fundamental.
Manter a segurança
Uma doença física ou uma lesão pode ter um impacto significativo na capacidade de uma pessoa idosa de se manter independente.
Embora alguns dos aspetos degenerativos do envelhecimento sejam difíceis de prevenir, os acidentes não são, por isso é aconselhável tomar consciência de como os acidentes acontecem e como podem ser evitados.
Um dos acidentes mais comuns sofridos pelas pessoas idosas é a queda. De facto, todos os anos, uma em cada quatro pessoas com mais de 65 anos de idade sofre uma queda.
Desta forma, manter a segurança do idoso com a instalação de barras de apoio nas casas de banho, reparar o chão irregular e a utilização de uma bengala ou um andarilho, pode ajudar a reduzir significativamente o risco de queda.
Outras medidas de segurança que devem ser implementadas incluem a manutenção de alarmes de fumo e incêndio, manter os medicamentos devidamente classificados e equipar os fogões e fornos com componentes que sejam fáceis de usar e de ver.
Incentivar a utilização da tecnologia
Por causa da Internet, o mundo vive cada vez mais numa era de conectividade, onde se pode conversar com amigos ou mesmo desconhecidos de todo o mundo.
A tecnologia pode ter muitos benefícios para os idosos, particularmente para os que têm limitações físicas que dificultam a sua saída de casa.
Os idosos podem explorar as redes sociais, mas com a garantia de que têm, não só uma compreensão da tecnologia, como também acesso a dispositivos com botões grandes e ecrãs facilmente legíveis.
Os idosos também devem utilizar as tecnologias concebidas para os ajudar a permanecerem mais seguros e a viverem mais facilmente.
A utilização de dispositivos para que possam pedir ajuda, casas com sistemas que permitam o fecho de portas e o ajuste da iluminação com o toque de um botão, e dispositivos de monitorização da saúde com acesso à Internet que possam detetar um problema de saúde antes que este se torne uma crise, podem ser soluções para ajudar os idosos a manter uma vida independente.
Liberdade para se expressarem
Quem se sente impotente ou incapacitado, não se pode sentir independente. Desta forma, não é demais reforçar a necessidade de o idoso ter uma palavra a dizer nas escolhas que afetam a sua vida.
Desde as questões de saúde, passando por dieta e exercício, os idosos têm o direito de decidir o que querem.
No caso particular dos cuidadores, estes devem tratar os idosos com um alto nível de respeito e dar autonomia na mesma proporção que dariam a qualquer outro adulto.
Incentivar o exercício físico e mental
O exercício é fundamental para ajudar o idoso a manter-se o mais saudável e em forma possível, tanto física como mental e emocionalmente.
Existem muitas opções de praticar exercício para idosos que se podem aproveitar, que seja em ginásio ou atividades próprias para idosos que incluem exercício físico na comunidade.
A prática de exercício físico garante que o idoso se mantenha ativo e são também uma ótima oportunidade para conhecer pessoas e fazer amigos. Os exercícios mentais, como puzzles e jogos de tabuleiro, também são ótimos para estimular a mente.
Manter as vias de comunicação abertas
Os cuidadores e familiares devem interagir com o idoso como fariam com qualquer outra pessoa.Peça a sua opinião sobre vários assuntos e tratar como habitualmente, pode ajudar a que se sinta mais incluído na sua própria vida quotidiana.
Estabelecer uma comunicação aberta e transparente e saber quando é a hora de ajudar ou deixar o idoso fazer sozinho, é essencial para identificar as coisas que o idoso não consegue fazer e precisa realmente de ajuda.
Muitas vezes, os idosos podem sentir-se envergonhados e não pedem ajuda, por isso é fundamental criar a oportunidade para identificar essas situações e oferecer ajuda de acordo com a necessidade.
Conclusão
Perder a independência é algo que preocupa muitas pessoas à medida que envelhecem, especialmente se sentem que precisam de algum apoio adicional nas tarefas diárias.
A ideia de ter alguém que não conhecem em casa ou, pior ainda, ter de deixar a sua casa significa que envelhecer pode ser algo a temer.
Por outro lado, o desejo de uma pessoa de permanecer independente nem sempre se reflete nas suas capacidades, e este conflito interno pode tornar-se cada vez mais pronunciado com o passar do tempo.
Ao permanecer o mais independente possível em casa e ser capaz de desempenhar o papel que sempre desempenhou na comunidade, também irá beneficiar o bem-estar emocional e, potencialmente, a saúde física do idoso.
Para que os idosos possam ser independentes é importante que tenham a oportunidade de fazer escolhas todos os dias.
Embora, numa primeira abordagem possa fazer sentido retirar ao idoso as tarefas diárias para não o sobrecarregar e simplificar a realização dos afazeres diários, o ideal é deixar que seja o próprio idoso a elaborar a sua própria rotina e a decidir o que pode ou não realizar, dando-lhe capacidade de escolha.
Como o envelhecimento afeta a saúde, a mobilidade e a memória, os idosos podem ter dificuldade para sentir que têm o controlo sobre a sua vida quotidiana.
No entanto, mesmo a tomada de decisões básicas e a conclusão de tarefas podem oferecer um sentido de realização que aumenta a auto-valorização, autoestima e o bem-estar dos idosos.
Estimular e favorecer a independência dos idosos é também ajudá-los a lidar melhor com as limitações naturais que o envelhecimento pode trazer.
O idoso pode não se sentir velho, por isso pode pensar que não há necessidade de ter apoio extra, ou pode sentir-se desconfortável para pedir ajuda ou para manifestar a sua vontade.
Implementar estratégias simples irá ajudá-lo a facilitar o processo e perceber que pode continuar a ter independência e ao mesmo tempo receber os cuidados de que necessita.
Dar ao idoso o máximo de participação possível nas decisões que o afetam pode beneficiá-lo emocional e fisicamente, além de lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida.
Juntos Cuidamos Melhor!
Referências:
- National Institute of Health
- The Journals of Gerontology